Esta
é uma reflexão a respeito da maneira como enxergamos (ou somos condicionados a
enxergar) os animais domésticos, ou domesticáveis. Lembro-me que nos tempos de
escola, não sei exatamente em que matéria, a
“tia” nos ensinava que existiam duas classes de animais, ( com relação
aos interesses do homem): úteis e selvagens. Os animais úteis eram aqueles que
podiam ser domesticados e servir ao homem de alguma maneira, como, por exemplo,
as vaquinhas, que davam leite, as ovelhas que davam a lã e as abelhinhas que davam mel. Ora, como assim davam? As vacas produzem
leite, assim como as mulheres e qualquer fêmea mamífera, no período de lactação,
para alimentar aos seus filhotes. As ovelhas são cobertas de pelos para a
sobrevivência e preservação de sua própria espécie, e as abelhas produzem mel
para sua sua comunidade como forma de estocar alimento em períodos de recesso
de pólen. Ora essa, então os animais úteis, ou domésticos, não dão nada. O
homem é que vai lá, na sua impertinência e rouba esses produtos tão necessários
à vida e à sobrevivência de outras espécies, com a desculpa de serem
fundamentais à sua própria sobrevivência. Bem, talvez até tenham sido em algum
momento da história, mas não são mais. De maneira alguma. A tecnologia de
materiais sintéticos já está mais do que desenvolvida, e o homem é capaz de
produzir inúmeros tecidos tão ou mais eficientes do que a lã. Também podem
produzir alimentos muito mais nutritivos do que o leite e o mel, se estes forem
mesmo necessários, afinal, quem precisa de leite é recém-nascido, e de leite
materno, diga-se de passagem. Se a desculpa para tomar leite na fase
adulta for a necessidade de cálcio, sabe-se que os vegetais verde-escuros, e
alguns leites vegetais, como os preparados a partir da semente de gergelim, são
fontes muito melhores desse mineral, pois a capacidade de absorção do cálcio quando
nessas fontes é muito maior do que pela ingestão de leite de vaca.
Então
meus caros, é chegada a hora de parar de disseminar esses valores passados de
geração a geração, e começar a perceber que se os animais tem alguma utilidade,
o tem para sua própria sobrevivência e preservação da espécie. O homem já está
bem crescidinho na escala evolutiva para liberar os pobres animais domésticos
de sua serventia forçada. Sejamos nós os animais úteis ao planeta, e procuremos
formas não agressivas e exploratórias de coabita-lo com os nossos vizinhos de
outras espécies.
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